A dor pélvica crônica é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente mulheres em idade reprodutiva. É caracterizada por dor persistente na região inferior do abdome ou pelve por mais de seis meses, podendo ser constante ou intermitente. Além de causar desconforto físico, impacta sono, produtividade, vida sexual e bem-estar emocional.

O que é dor pélvica crônica?
Diferente da dor pélvica aguda, que surge de forma súbita e tem uma causa específica, a dor pélvica crônica pode ter múltiplas origens e, muitas vezes, não está ligada a um único fator. Ela pode ser consequência de alterações ginecológicas, urológicas, gastrointestinais, musculoesqueléticas ou neurológicas — e em muitos casos, mais de um sistema está envolvido.
Principais causas da dor pélvica crônica
Conhecer as possíveis causas é fundamental para direcionar o tratamento. Entre as mais comuns estão:
Endometriose – crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, causando inflamação e dor. Doença inflamatória pélvica – infecção dos órgãos reprodutivos, geralmente após infecções sexualmente transmissíveis não tratadas. Síndrome da bexiga dolorosa (cistite intersticial) – urgência urinária e dor sem infecção bacteriana detectada. Aderências pélvicas – cicatrizes internas após cirurgias ou infecções. Síndrome do assoalho pélvico – tensão ou espasmo crônico dos músculos da pelve. Distúrbios gastrointestinais – como a síndrome do intestino irritável. Dor neuropática pélvica – lesões ou disfunções de nervos como o pudendo, obturatório ou genitofemoral.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da dor pélvica crônica exige abordagem multidisciplinar e inclui:
Anamnese detalhada e avaliação do histórico médico. Exame físico direcionado à região pélvica. Exames de imagem (ultrassonografia, ressonância magnética). Exames laboratoriais para descartar causas infecciosas ou inflamatórias. Em casos selecionados, laparoscopia diagnóstica.
Tratamentos para dor pélvica crônica
O tratamento deve ser personalizado e, muitas vezes, combina diferentes estratégias para aumentar a eficácia e a qualidade de vida do paciente.
1. Medicamentos
Analgésicos e anti-inflamatórios. Antidepressivos e anticonvulsivantes para dor neuropática. Terapias hormonais para casos de endometriose.
2. Fisioterapia pélvica
Exercícios de relaxamento e fortalecimento. Liberação miofascial. Biofeedback para reeducação muscular.
3. Procedimentos intervencionistas
Quando medicamentos e fisioterapia não oferecem controle adequado da dor, podem ser indicados procedimentos minimamente invasivos:
Bloqueios anestésicos de nervos pélvicos
Aplicação de anestésicos e, em alguns casos, corticosteroides próximos a nervos que transmitem a dor.
Principais alvos: nervo pudendo, plexo hipogástrico superior, nervo obturatório, nervo genitofemoral.
Oferecem alívio rápido (semanas a meses) e ajudam a confirmar a origem da dor.
Infiltrações musculares
Injeção de anestésico e/ou toxina botulínica em músculos do assoalho pélvico com espasmo ou contratura crônica.
Indicações: síndrome do assoalho pélvico, dor miofascial pélvica, vaginismo doloroso.
Reduz a tensão muscular e melhora a mobilidade.
Neuromodulação
Uso de dispositivos que enviam impulsos elétricos para modular a atividade dos nervos e reduzir a percepção da dor.
Tipos principais: estimulação sacral e do nervo tibial posterior.
Indicado para dor neuropática refratária e síndrome da bexiga dolorosa.
Radiofrequência
Ondas de radiofrequência geram calor controlado para interromper a condução da dor em nervos específicos.
Indicações: neuralgia do pudendo e outras dores neuropáticas pélvicas refratárias.
Pode oferecer alívio por meses a mais de um ano.
4. Cirurgia
Indicada em casos específicos, como endometriose avançada ou aderências extensas.
5. Apoio psicológico
A terapia cognitivo-comportamental e o acompanhamento psicológico ajudam no manejo da dor e no impacto emocional associado.
Quando procurar um médico?
Procure avaliação médica se a dor pélvica persistir por mais de alguns meses, especialmente se vier acompanhada de sangramento irregular, febre, alterações urinárias ou intestinais.
Conclusão
A dor pélvica crônica é um desafio que exige diagnóstico preciso e tratamento integrado. A boa notícia é que, com acompanhamento especializado e abordagem multidisciplinar, é possível controlar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida.
💡Não conviva com a dor!
A dor pélvica crônica pode ter tratamento — mas o primeiro passo é buscar avaliação especializada. Agende sua consulta com o Dr Bruno Funchal e descubra as opções mais adequadas para o seu caso.